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PETRÓLEO: HERÓI E VILÃO

Os valores das riquezas naturais do planeta cotados pelo homem tem variado muito ao longo dos séculos. O sal, os metais preciosos, a madeira, cada produto assumiu seu ápice econômico nas diferentes eras das civilizações antigas. A importância do petróleo surgiu no século XX com a descoberta do seu poder energético, fator fundamental para o desenvolvimento industrial além, é claro, das máquinas pessoais como os automóveis. Este crescimento ocorreu de forma intensa até o inicio da segunda guerra mundial. A partir do seu final surgiu uma nova fase de desenvolvimento onde o crescimento tecnológico e industrial ocorreu em progressão geométrica assim como o consumo do petróleo. Na década de setenta surgiu o primeiro alerta: o petróleo estava com os dias contados! A provável falta desta principal e quase exclusiva fonte energética fez o mundo parar e pensar no caos que seria instalado no planeta e principalmente nas nações desenvolvidas. Apesar do alarme falso, as pesquisas e o desenvolvimento de fontes energéticas alternativas foram tratadas com prioridade elevada no quesito segurança nacional. O Brasil, por exemplo, iniciou as pesquisas na área de biocombustíveis, o nosso Proálcool da década de setenta. Nos últimos 15 anos as nações desenvolvidas e em desenvolvimento experimentaram crescimentos econômicos extraordinários. A globalização acelerou este processo e mesmo com as pesquisas em energias alternativas, a demanda por petróleo continuou crescendo. Em média a economia mundial cresceu 5% ao ano nos últimos anos seguido de perto pela demanda por petróleo. As palavras economia e crescimento econômico passaram a fazer parte do vocabulário de todos os seres pensantes do planeta, desde os líderes mundiais até o trabalhador assalariado que optou por investir em bolsa de valores, poupança, CDB, etc, afinal tudo é fácil e simples graças a internet e outras maravilhas da tecnologia digital. Com esta excitação econômica globalizada a indústria atingiu picos de atividade associado aos picos de consumo energético e como a lógica da oferta e procura é uma realidade, o aumento exagerado do consumo de petróleo fez elevar o seu valor, atingindo sifras superiores a $ 150,00 o barril. O petróleo nunca havia atingido valores tão elevados. Mas, existe o outro lado da moeda. Dezenas de milhões de barris são extraídos diariamente das camadas sedimentares e utilizados em todo o mundo e para várias finalidades. Depósitos orgânicos formados por milhões de anos são consumidos em segundos, lançando na atmosfera milhões de toneladas de CO2, um dos principais gases presentes na atmosfera e promotores do efeito estufa. Há décadas a redução da emissão destes gases na atmosfera está sendo discutida, mas a implicação mais visível deste ato seria, de imediato, a desaceleração do crescimento econômico mundial com graves prejuízos, principalmente para os países desenvolvidos. O protocolo de Quioto é uma tentativa tímida, mas real, de redução da emissão de gases do efeito estufa no planeta, apesar das metas não estarem sendo atingidas. Ao que parece, a nossa redução da taxa de poluição está acontecendo de forma mais significativa graças à crise mundial que iniciou no ano passado. As grandes economias mundiais estão encolhendo ou apresentando redução no crescimento. Isto significa menor atividade industrial e conseqüentemente, menor quantidade de poluentes. Infelizmente no rastro da crise econômica chega à crise social com milhões de desempregados pelo mundo, problema que deve ser solucionado sem estar associado à destruição do meio ambiente. O planeta ganhou alguns anos para repensar o seu crescimento, mas esperamos que desta vez, sem esquecer da sustentabilidade ambiental. asylvio@univale.br

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