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AS ÁGUAS

Aprendemos no 2º grau que os oceanos cobrem 70% da superfície do planeta, possuindo 74% de toda a água. O restante encontra-se nas geleiras e nos continentes como águas de superfície (rios e lagos) e subterrâneas. O ciclo das águas acompanha de forma harmônica o ciclo do planeta. Quando é verão no hemisfério norte, as geleiras do Ártico tendem a reduzir de tamanho devido o aquecimento. O pânico toma conta de muitos que moram próximo ao litoral com medo da elevação dos níveis dos mares. Mas, ao mesmo tempo que as geleiras do Hemisfério norte estão derretendo, no sul é inverno e as geleiras da Antártida estão aumentando com o ciclo se repetindo todos os anos. A água do planeta também não vai acabar pois a água que evapora nos dias muito quentes, sobe para atmosfera e em elevadas altitudes a temperatura é muito baixa, transformando a água da forma gasosa para a forma líquida ou sólida, caindo novamente na superfície da terra. A superfície dos mares é o local onde mais ocorre a evaporação da água. Este ar sobre o mar, saturado de água, é transportado para o continente pelas correntes de ar e com o resfriamento ocorrem as famosas chuvas. As matas e florestas também alimentam este ciclo. Na Amazônia, por exemplo, onde o ar é carregado de umidade, as chuvas acontecem praticamente todos os dias, no final da tarde. Este fato ocorre pela evaporação da água dos rios e pela transpiração da maior floresta tropical do planeta. A tarde, com o resfriamento do ar, a água na forma de vapor passa para a forma líquida e as chuvas acontecem. Um dos caminhos naturais das águas das chuvas são os rios e lagos, mas a maior parte desta água que cai na terra tende a infiltrar nela. Os solos das matas e florestas são muito porosos devido às raízes das árvores e permitem que a água infiltre até atingir as camadas de rochas profundas. Esta água subterrânea cria uma região rica neste precioso líquido chamada de lençol freático. É principalmente o lençol freático que alimenta as nascentes que formam riachos e rios de água pura e cristalina. A grande maioria destas nascentes permanece brotando água mesmo no período seco. Isto ocorre porque o solo é uma grande caixa capaz de armazenar bilhões de litros de água das chuvas e liberar lentamente através das nascentes, inclusive nos períodos de seca. O solo também funciona como um grande filtro de água. Enquanto a água infiltra no solo, grande parte das suas impurezas fica retida nas partículas do solo, por isso, muitas águas de nascentes são consideradas puras. Mas, com o tempo, o bicho homem chega iniciando o processo de degradação. As matas são derrubadas para implantação de lavouras e pastagens, os solos são revolvidos por máquinas e implementos, adubados, aplicados agrotóxicos, etc. Com o passar dos dias toda aquela estrutura do solo é perdida. O uso de máquinas e implementos forma no solo uma estrutura compactada chamada “pé de grade” que não permite a infiltração da água. Se a água infiltra menos, então ele escorre mais pela superfície causando erosões, assoreando os rios e aumentando a freqüência das enchentes. A pouca água que infiltra no solo e chega até o lençol freático está contaminada pelos fertilizantes e agrotóxicos, pois a carga de compostos químicos é muito grande e o solo não consegue atuar de forma eficiente como filtro. Como o lençol freático recebe uma quantidade menor de água, o reservatório do solo fica baixo e as nascentes secam, principalmente nos períodos de seca, época em que as pessoas mais necessitam de água. A conservação do ambiente é fundamental para a manutenção do ciclo das águas no planeta. A interferência que o homem está promovendo neste ciclo está desencadeando grandes transtornos ambientais como a redução das chuvas, do volume de água dos rios e a desertificação de várias regiões do planeta, fato que já podemos observar em algumas locais de Minas Gerais e do Brasil. A agricultura e a pecuária são fundamentais para alimentar a nação e desenvolver o país, mas sem o seu manejo associado à conservação do meio ambiente, em breve sentiremos estas mudanças climáticas de forma mais intensa e destruidora. asylvio@univale.br

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