Os eventos naturais sempre aconteceram ao longo da história do planeta e sempre acontecerão. Vulcões, tsunames, terremotos, furacões e diversos outros eventos naturais são registrados todos os anos. Apesar dos riscos, muitos dos habitantes de determinadas regiões não se mudam, mas encaram o problema com o apoio da ciência, da tecnologia e dos gestores públicos. Esta preparação ajuda a reduzir significativamente o número de mortes por conta destes eventos. Quando uma comunidade não se prepara as perdas humanas são extremamente grandes. O terremoto do Haiti, por exemplo, matou aproximadamente 250 mil pessoas. Pouco tempo depois um terremoto de intensidade superior atingiu a cidade de Santiago no Chile. Nesta catástrofe o numero de mortos não passou de mil. Ambos os países estão próximos a grandes falhas tectônicas, ou seja, mais cedo ou mais tarde novos terremotos atingirão estas regiões novamente com a diferença que o Chile está preparado e o Haiti não. Construções resistentes, treinamento da população, avisos com antecedência, tudo contribui para a redução dos impactos dos eventos da natureza. No Brasil o grande problema é o período chuvoso, ou período das águas. Todos os anos nas regiões Sul e Sudeste do pais ocorrem chuvas de alta intensidade que afetam o dia a dia da população. Estamos cansados de ver São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e outras capitais que cresceram de forma desordenada, em planejamento, sofrendo com chuvas que todos nós já sabemos, irão acontecer sempre. Chuvas de alta intensidade e de curta duração causando estragos materiais e de vidas. Nas áreas alagadas pessoas são eletrocutadas por fios de alta tensão que caem dos postes e ficam submersos, bueiros são abertos, verdadeiras armadilhas durante as enchentes, correntezas que se formam rapidamente e que são subestimadas pelas pessoas, além da mistura da água das chuvas e esgoto que no curto prazo causam doenças, muitas delas graves nas pessoas que entram em contato com a água contaminada, além dos desmoronamentos das encostas principalmente em áreas residenciais que causam estragos além de ceifar algumas vidas. Tudo previsível e plenamente contornável não acontecendo basicamente por incompetência de nossos administradores já que obras de prevenção de catástrofes não dão votos. Não podemos acusar a falta de recursos, pois afinal, somos um dos países que mais cobra impostos o mundo. Mas, infelizmente, na região Serrana do Rio de Janeiro a falta de competência administrativa associada a um evento da natureza extrapolou as raias do bom senso e da tolerância. Sempre passo parte das minhas férias nesta região que posso dizer com certeza, é uma das mais bonitas do Brasil. Nesta região são comuns chuvas intensas e freqüentes no verão devido a sua localização geográfica, mas no dia 12 de janeiro, durante a madrugada, a quantidade de chuva foi absurdamente grande em Teresópolis e em Nova Friburgo foi pior. Cerca de 169 milímetros de chuva em 24 horas com um agravante: 70 milímetros em apenas uma hora durante a madrugada. Tudo caiu; morros, casas, estradas. Devido à topografia, rios de água e lama se formaram nos vales levando tudo pela frente. Podemos afirmar que as causas foram pura e exclusivamente climáticas, mas muitas mortes poderiam ser evitadas principalmente considerando que a grande parte das casas encontrava-se em áreas de risco e que foram construídas com a autorização dos municípios, desde mansões até as casas mais simples. Por conta deste descaso já são 800 mortes e cerca de 400 desaparecidos, a maior tragédia já registrada no Brasil. Agora o Governo do Estado e os Municípios estão discutindo os planos de ação para o futuro e até mesmo uma secretaria de governo contra tragédias foi criada. Como diz aquele velho ditado: a tranca só é colocada na porta depois que a casa é roubada.
Alexandre Sylvio Vieira da Costa
BOA NOITE.
ResponderExcluirGOSTEI MUITO DE SUAS MATÉRIAS NO JORNAL "TRIBUNA DO MUCURI” E SOU SEU LEITOR ATRAVÉZ DA PREFEITURA DA CIDADE QUE RECEBE ESSE INFORMATIVO, FIQUEI FELIZ AO ENCONTRÁ-LO TAMBÉM NA INTERNET, JÁ EDITEI UM JORNAL LOCAL (A PEDRA) DE SEU DEDÉ ALTIVO, UM ECOLOGISTA AUTO DIDATA QUE LUTA MUITO PELO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DE NOSSA AGRICULTURA, PECUÁRIA, E MANUTENÇAÕ DE NOSSAS MATAS E RIOS. E INFELISMENTE NEM SEMPRE COMPREENDIDO,MAS QUE DEIXA A SUA MARCA POR ONDE PASSA, PERCEBI QUE O SENHOR TEM TAMBÉM ESSA PREOCUPAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE E VOU SEGUI-LO AQUI NESSE ESPAÇO TAMBÉM.ABRAÇOS E PAZ.
EDSON BARBOSA